Anozero | Link / Colectiva
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A partir de trabalhos cujo protagonista é o eixo verde que atravessa Coimbra, do Jardim da Sereia à Quinta das Lágrimas, a narrativa da exposição desenrola-se ao longo dos espaços do Jardim e Museu Botânico, do Aqueduto de S. Sebastião, e junto ao Rio Mondego.

Numa das primeiras visitas aos espaços que viriam a ser habitados pela primeira edição da Anozero: Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra, falávamos sobre a importância de reflectirmos sobre os significados e efeitos culturais do património. Foi sempre claro, desde o primeiro momento, que a distinção da Universidade de Coimbra, Alta e Rua da Sofia como Património da Humanidade da UNESCO (United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization) não se prende apenas com o que vemos, habitamos e experienciamos com os cinco sentidos, mas também com aquilo que nos escapa, que fica no domínio do conhecimento e do imaterial. Esse será o património ao qual é impossível atribuir um valor e sobre o qual é tão importante reflectir como sobre aquele que fica no domínio do palpável.

 

Quando fizemos a visita ao Museu Botânico, tornou-se evidente a premência de recuperar a ideia inicial do projecto Link através das interpretações de vários artistas sobre o sistema de espaços verdes enunciados no projecto Território e Acção, de 2012, neste caso com enfoque especial no Aqueduto de S. Sebastião e no Jardim Botânico.

 

No momento em que vivemos, o paralelo do movimento da água de um a outro lado da cidade, e da transferência das plantas para o jardim, com os movimentos migratórios humanos torna-se inevitável. Tal como nos processos de movimento e transferência de elementos da natureza, também as pessoas e a sociedade, nos seus ciclos migratórios, sofrem processos de metamorfose.

 

Link centra-se na visualização das complexas interacções entre as representações da paisagem e a percepção e o entendimento da natureza na sua ligação com a realidade social contemporânea. Ao contrário do que poderia parecer a uma primeira leitura, os trabalhos que constroem a narrativa da exposição, com as suas diferentes metodologias e pela mão de António Olaio, Gabriela Albergaria, Haarvöl, Isaura Pena*, João Queiroz, Moirika Reker e Gilberto Reis, Pedro Valdez Cardoso, e Pedro Vaz, não são, em primeira instância, sobre a natureza em si; referem-se aos processos históricos, sociais, económicos e políticos da esfera humana com as suas interligações inevitáveis ao mundo da natureza.

* Bolsista da CAPES-Processo nº1177-15-0, Ministério da Educação – Brasil

 

 

Ficha Técnica

curadoria curator Carlos Antunes/ Luísa Santos
co-produção coproduction Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, Fundação Inês de Castro
montagem assembly Círculo de Artes Plásticas de Coimbra
design gráfico graphic design Joana Monteiro, Eduardo Mota
fotografia photography Jorge Neves
iluminação lighting Climar
agradecimentos especiais special thanks to António Gouveia, Carlota Simões, Fernando Figueiredo Ribeiro, João Luís Traça, João Manuel Bernardo, Miguel Pardal

anozero’15

Date

March 1, 2019

Category

anozero'15